Tenho a impressão de que Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo terá seus recursos gráficos e tecnológicos muito tempo copiados em filmes do gênero ficção como uma referência, assim como aconteceu com Matrix
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E assim como Matrix, somos distraídos por esses recursos enquanto existe uma proposta de reflexão mais profunda
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Mulheres com super poderes, improváveis heroínas, que fogem completamente ao padrão
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E não se pode falar em antagonismo uma vez que todas as três são fruto de suas frustrações
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De um lado, a amargura de uma vida comum e a melancolia sobre o que poderia ter sido – típicos da crise de meia idade – enquanto por outro, a juventude que sofre pelo que é. O que a leva a querer deixar de ser…
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Entre elas, um homem aparentemente fraco, com recursos também poderosos mas de outra natureza, que poderiam ser atribuídos ao feminino ironicamente
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No meio de tudo isso, figurinos exuberantes misturados a um brainstorming “em ato” (sem o menor pudor) que resulta em momentos absurdos provocadores de risadas do tipo espontâneo, que só se percebe quando já saíram!
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Mas como disse, sem se deixar distrair pelo frenesi de todas essas informações, todos os recursos que estão em linha com a frenética vida contemporânea, convergem para a tensão existencial de ambas personagens, onde está o ponto crucial dessa história – a meu ver
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Se a mãe frustrada vê a vida estratificada em diversas outras, com possibilidades simultâneas, onde em cada uma delas é desenvolvido o seu potencial ao máximo
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A filha por sua vez, concentra toda a sua força em desistir de existir: Porque existir é mais do que sobreviver – passa por ser aceito e reconhecido. E essa luta contínua pode por vezes ser muito cansativa. (Quem já desejou ser uma pedra sabe do que estou falando).
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Mãe e filha em busca do próprio significado em um constante exercício de imaginar quantas vidas seria possível viver ou ter vivido.
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Vê-lo sem preconceitos pode valer a pena. E quem sabe, até uma lágrima
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